Alcolumbre cancela sabatina de Jorge Messias: entenda o impasse e o que muda no STF

Climão em Brasília! Alcolumbre cancelou a sabatina de Jorge Messias ao STF. Entenda o "esquecimento" do governo e a disputa de poder por trás da decisão.

POLÍTICA

Robson Monteiro

12/2/20253 min ler

O "Freio de Mão" do Senado

​Sabe quando você marca um compromisso importante, se prepara todo, e na hora H recebe um "não vai rolar"? Foi mais ou menos isso que aconteceu hoje em Brasília, mas com consequências muito maiores que um café cancelado.

​Nesta terça-feira (02/12), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, puxou o freio de mão e cancelou o calendário da sabatina de Jorge Messias, o escolhido do presidente Lula para a vaga aberta no STF.

​A notícia pegou muita gente de surpresa, já que a data estava pré-agendada para o dia 10 de dezembro. Mas o que parece ser apenas burocracia esconde um recado político duríssimo. Se você quer entender por que a cadeira do Supremo continua vazia, precisa olhar os detalhes dessa novela.

​O "Esquecimento" de Lula (Ou Erro de Cálculo?)

A justificativa oficial de Alcolumbre é técnica, mas beira o inacreditável para os padrões de Brasília.

​Segundo o presidente do Senado, o Governo Federal cometeu uma "grave omissão": publicou a indicação de Messias no Diário Oficial, fez o anúncio na imprensa, mas esqueceu de enviar a Mensagem Oficial ao Senado.

​Pense comigo: é como se você fosse contratado para uma empresa, mas o RH esquecesse de mandar seu contrato para assinatura. Sem esse papel físico (ou digital oficial), o Senado diz que não pode trabalhar.

​Alcolumbre, que não é bobo nem nada, usou essa falha burocrática para dar um "cha de cadeira" no governo. Ele afirmou que a falha é "sem precedentes" e, por isso, cancelou tudo até que o papel chegue.

​O Xadrez Político: Alcolumbre queria Outro

Mas vamos ser sinceros? Ninguém cancela uma sabatina de Ministro do STF só por causa de um papel que poderia ser enviado por motoboy em 15 minutos.

​O buraco é mais embaixo. Desde que a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso foi confirmada em novembro, Alcolumbre vinha trabalhando nos bastidores por outro nome: o de Rodrigo Pacheco (presidente do Congresso e seu aliado).

​Lula, no entanto, bancou Jorge Messias (o atual AGU e homem de confiança do PT). Ao cancelar a sabatina alegando erro do governo, Alcolumbre manda um recado claro: "Vocês escolheram o nome, mas quem define o tempo sou eu".

​O Que Acontece Agora? (A Corrida Contra o Relógio)

A situação é tensa porque o ano está acabando. O Congresso entra em recesso no dia 22 de dezembro.

  1. O Governo: Precisa enviar a mensagem para ontem. Lula prometeu entregar em mãos, numa tentativa de destravar a pauta.

  2. O Senado: Assim que receber, a CCJ precisa marcar nova data.

  3. O Risco: Se Alcolumbre quiser cozinhar o processo, ele pode empurrar a sabatina para fevereiro de 2026. Isso deixaria o STF com um ministro a menos durante todo o recesso e o início do ano judiciário.

​Conclusão

​Jorge Messias provavelmente será sabatinado, mas não será um passeio no parque. O "esquecimento" do papel foi a desculpa perfeita para o Senado mostrar quem manda no calendário.

​Agora, resta saber: o governo vai baixar a cabeça e agilizar a papelada ou vai comprar briga com quem tem a chave da aprovação? Acompanhe as cenas dos próximos capítulos, porque 2025 ainda não acabou em Brasília.

​Fontes

  • ​Agência Brasil (Confirmação do cancelamento e motivo oficial)

  • ​InfoMoney (Análise do atraso do Planalto)

  • ​Diário Oficial da União (Nomeação publicada sem envio ao Senado)