Atrair Data Centers para o Brasil: O plano de R$ 2 trilhões que pode mudar o jogo em 2026
O Brasil quer ser o "cofre digital" do mundo. Entenda o ReData (MP 1.318), as isenções de impostos para data centers e como isso pode atrair R$ 2 trilhões em investimentos.
TECNOLOGIAFINANÇAS
Robson Monteiro
11/23/20253 min ler


O Brasil Quer Ser a "Arábia Saudita" dos Dados?
Você já parou para pensar onde ficam guardadas as fotos, os vídeos e os documentos da sua empresa que estão "na nuvem"? A resposta, infelizmente, quase sempre é: fora do Brasil.
Hoje, cerca de 60% a 70% dos nossos dados viajam para servidores nos EUA ou Europa antes de voltar para a sua tela. Isso é caro, lento e, vamos ser sinceros, estrategicamente perigoso.
Mas parece que a chave virou. Em uma movimentação que está agitando o mercado de tecnologia neste final de 2025, o governo decidiu que quer transformar o Brasil em uma potência global de armazenamento de dados. E a arma para isso não é discurso, é isenção fiscal pesada.
O programa da vez é o ReData (Regime Especial de Tributação para Plataformas de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação), que nasceu com a Medida Provisória 1.318/2025. Se você trabalha com TI, infraestrutura ou investimento, precisa entender o que vem por aí.
O Que é o ReData e Por Que Ele Importa?
Basicamente, o governo olhou para o custo Brasil e disse: "Vamos tirar os impostos dos equipamentos".
A partir de 1º de janeiro de 2026, empresas habilitadas no ReData poderão comprar máquinas, servidores e componentes de TI com suspensão de impostos federais (PIS/Pasep, Cofins, IPI e Imposto de Importação).
Isso é gigantesco. Construir um data center é caro. Importar as GPUs da Nvidia para rodar Inteligência Artificial é caríssimo. Ao tirar a mordida do Leão desses equipamentos, o Brasil se torna, de repente, um canteiro de obras atraente para gigantes como Amazon (AWS), Microsoft e Google.
A projeção do Ministério da Fazenda (que alguns chamam de otimista, mas eu prefiro chamar de "meta ousada") é atrair até R$ 2 trilhões em investimentos privados na próxima década.
O Pulo do Gato: "Data Centers Verdes" e o Nordeste
Aqui entra a parte estratégica que pouca gente comentou. Não é só "venha e instale". O governo colocou condições inteligentes.
Para ter o benefício, o data center precisa ser eficiente no uso de água e energia. E adivinha? O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Enquanto a Europa sofre com energia cara e suja, nós temos vento e sol de sobra.
Além disso, há um incentivo extra para quem instalar essas fortalezas digitais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (reduzindo as exigências de contrapartida em P&D).
Imagine o impacto: cidades no interior do Ceará ou da Bahia recebendo infraestrutura de ponta, fibra óptica de alta capacidade e empregos técnicos qualificados. É a descentralização da tecnologia na prática.
Oportunidade ou Bolha? O Que Esperar para 2026
Claro, nem tudo são flores. A MP ainda precisa virar lei definitiva e a regulamentação dos equipamentos elegíveis (aquela lista chata de NCMs) está sendo fechada agora pelo MDIC.
Mas o movimento do mercado é real. Empresas como a Casa dos Ventos (energia) já estão se aliando a gigantes de tecnologia (como a dona do TikTok) para projetos bilionários.
Se você é um pequeno provedor, uma construtora ou trabalha com serviços de TI, fique de olho. Quando os "tubarões" dos data centers chegam, eles precisam de um ecossistema inteiro de fornecedores locais. A maré vai subir.
Conclusão
O ReData é a aposta mais agressiva do Brasil na economia digital em décadas. Se der certo, deixaremos de ser apenas exportadores de soja para sermos exportadores de processamento de dados.
2026 promete ser o ano em que a "nuvem" finalmente vai falar português.
Se você quer preparar sua empresa para surfar nessa onda de tecnologia e inovação, vale a pena conferir como a transformação digital pode começar dentro do seu negócio hoje mesmo.

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