Café e comida mais caros em 2026? Entenda como o clima e o dólar vão mexer no seu carrinho

O café vai subir de novo? A quebra de safra e o dólar alto ameaçam os preços em 2026. Entenda o impacto na sua feira e veja como se preparar.

FINANÇASEDUCAÇÃO FINANCEIRA

Robson Monteiro

12/4/20253 min ler

O "Cafezinho" Pode Ficar Amargo

Se você achou que a ida ao supermercado tinha dado uma trégua em 2025, é melhor preparar o espírito (e o bolso) para o ano que vem. O cenário econômico para 2026 começou a se desenhar agora em dezembro, e as notícias não são as melhores para quem gosta de mesa farta.

A combinação de clima instável com a desvalorização do nosso Real criou uma tempestade perfeita que deve atingir em cheio o preço dos alimentos básicos, com o café liderando a fila do aumento.

Mas por que isso está acontecendo se falavam em "safra recorde"? Fomos investigar a fundo os relatórios do agronegócio desta semana para te explicar, sem "economês", o que esperar da etiqueta de preço em janeiro.

O Clima "Roubou" a Safra Recorde?

Até mês passado, a expectativa era de festa: o Brasil colheria a maior safra de café da história em 2026. Isso derrubaria os preços.

Porém, a natureza não quis colaborar. Dados recentes divulgados nesta semana (02/12) mostram que a falta de chuvas e o calor excessivo em novembro nas regiões produtoras (como Minas Gerais) já causaram uma perda estimada de 3 milhões de sacas.

A conta é simples:

  • Menos café no pé = Menos produto no mercado.

  • Menos produto no mercado = Preço sobe.

Como o mundo todo está com estoques baixos, qualquer notícia de seca no Brasil faz o preço disparar nas bolsas de Nova York e Londres. E quem paga a conta é você, na padaria.

O Vilão Cambial: Ganha-se em Dólar, Paga-se em Real

Outro fator que impede o preço de cair é o câmbio. Com o dólar rondando a casa dos R$ 5,80, o produtor brasileiro tem um incentivo enorme para exportar.

Pense como um fazendeiro: se você pode vender seu café ou sua carne para a China e receber em dólares (que valem quase 6 vezes mais), por que venderia barato para o supermercado brasileiro?

Isso cria uma disputa. Para o produto ficar no Brasil, o supermercado tem que pagar mais caro ao produtor. E esse custo extra é repassado integralmente para a sua notinha de compras. Economistas já avisam: o "alívio" na inflação de alimentos de 2025 não deve se repetir em 2026.

Dicas para Blindar o Orçamento em 2026

Não dá para controlar a chuva nem o dólar, mas dá para controlar a despensa. Aqui vão estratégias de sobrevivência para o próximo ano:

  1. Aproveite as Promoções de Agora: Se encontrar café a vácuo (que dura muito) ou azeite em promoção neste fim de ano, faça um pequeno estoque. O preço de hoje provavelmente será menor que o de março.

  2. Substituição Inteligente: O café "Gourmet" subiu demais? Teste marcas intermediárias ou blends. Na carne, fique de olho no frango e suíno, que sofrem menos impacto cambial que a carne bovina.

  3. Feira da Estação: Volte ao básico. Comprar frutas e legumes da época continua sendo a única forma real de fugir da inflação dos processados.

Conclusão

2026 promete ser um ano desafiador para a alimentação. O mercado global está ajustando as contas e o clima está cobrando seu preço.

Fique atento às ofertas, evite desperdícios e planeje seu orçamento considerando que o básico vai custar um pouco mais. Informação é a melhor ferramenta para não ser pego de surpresa no caixa.

Fontes

  • Notícias Agrícolas (Relatórios de quebra de safra de café - Dez/2025)

  • Trading Economics (Indicadores globais de preço do café)

  • Infomoney (Análises de economistas sobre inflação 2026)