R$ 767 milhões em jogo: Como o Congresso vai dividir a arrecadação das apostas esportivas

O Congresso decide o destino de R$ 767 milhões da arrecadação das bets. Entenda o impasse entre clubes, atletas e CBF e como essa divisão afeta o esporte nacional.

POLÍTICAESPORTE

Robson Monteiro

11/22/20252 min ler

A "Fatia do Leão" que Ninguém Quer Perder

Enquanto o mercado de apostas esportivas segue batendo recordes de faturamento em 2025, uma batalha silenciosa (e milionária) está travando a pauta em Brasília. O valor da disputa? Exatos R$ 767 milhões.

Este montante refere-se à parte da arrecadação das "bets" que, por lei, deve voltar para o ecossistema esportivo como contrapartida pelo uso de imagens, escudos e nomes de atletas.

A Lei das Bets (Lei 14.790/2023) já está em vigor, mas o "como" esse dinheiro chega na ponta final virou um nó górdio que o Senado e a Câmara tentam desatar agora em novembro.

Se você acha que isso só afeta o Flamengo ou o Palmeiras, pense de novo. A decisão tomada aqui pode salvar (ou quebrar) o esporte olímpico e os atletas de base do país.

O Impasse: Quem é o Dono do Cofre?

A lei determina que 7,3% do total arrecadado com as apostas vá para o Sistema Nacional do Esporte, clubes e atletas. O problema é a operacionalização. Quem recebe o PIX das casas de aposta para depois distribuir?

Atualmente, três forças puxam a corda no Congresso:

  1. Os Clubes e a CBF: Defendem que os recursos sejam centralizados nas confederações (como a CBF) ou nas ligas, que repassariam aos atletas. O argumento é a facilidade logística.

  2. Os Sindicatos de Atletas: Temem que, se o dinheiro passar pelos clubes, ele nunca chegue integralmente ao bolso do jogador (especialmente nas séries C e D, onde os salários atrasam). Eles querem que sindicatos ou associações independentes gerenciem o repasse.

  3. O Congresso: Senadores como Carlos Portinho (PL-RJ) e Leila Barros (PDT-DF), presidente da Comissão de Esporte, tentam criar um Projeto de Lei de consenso. A ideia é evitar a "sindicalização compulsória" (obrigar o atleta a se associar para receber), mas garantir que o dinheiro não pare no meio do caminho.

O Impacto nos "Pequenos"

Para um jogador de elite, esse repasse é troco. Para um atleta da Série D ou de modalidades olímpicas menos visadas, a fatia desses R$ 767 milhões pode significar a diferença entre continuar competindo ou aposentar.

A discussão no Senado gira em torno de garantir que esse "direito de imagem" das apostas funcione como uma renda extra garantida e democrática, e não apenas mais um bônus para quem já ganha milhões.

O Que Esperar das Próximas Semanas?

O clima em Brasília é de pressa. Com o fim do ano legislativo se aproximando, há uma pressão enorme para votar o texto final que define as regras de distribuição ainda em 2025.

Se o acordo sair, veremos uma injeção de capital inédita no esporte brasileiro em 2026. Se travar, o dinheiro fica parado em contas judiciais enquanto os clubes e atletas brigam nos tribunais.

A regulamentação das apostas mudou o jogo financeiro do esporte. Se você quer entender como investir nesse mercado ou como as finanças esportivas funcionam, saiba mais sobre gestão e economia no futebol.

Conclusão

Os R$ 767 milhões já existem. A dúvida é se eles servirão para fomentar o esporte nacional ou se tornarão motivo de guerra política.

Acompanhe os próximos capítulos, pois essa decisão vai mudar a folha de pagamento do seu time do coração.