Reforma Tributária: O que muda no seu bolso? Entenda a votação final das regras no Congresso

O "Esforço Concentrado" que Define 2026

​O ano legislativo de 2025 está nos acréscimos. Faltando poucas semanas para o recesso parlamentar, o Congresso em Brasília entra em modo de "esforço concentrado" para votar as pautas cruciais que não podem esperar.

​Enquanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 está na fila, a pauta mais quente é outra: a votação final das regras da Reforma Tributária.

​A imprensa, de G1 a Valor Econômico, está de olho, pois o que for decidido esta semana define como, quando e, principalmente, quanto vamos pagar em impostos a partir de 2026.

​O que o Congresso está Votando Exatamente?

​É fundamental entender: o "sim" para a Reforma Tributária (a PEC) já foi dado em 2023 (Fonte: Agência Senado). O que está em jogo agora é a "letra miúda".

​O Congresso está votando as leis complementares, que são os manuais de instrução da reforma. Elas definem os detalhes práticos que afetam diretamente o seu bolso. É a votação mais importante, pois transforma a teoria em realidade.

​A Batalha dos Detalhes: O que Está em Jogo?

​A briga no plenário se concentra em três pontos que vão impactar desde o pãozinho da manhã até o seu serviço de streaming.

​A Alíquota do IVA (IBS e CBS)

​O coração da reforma é o IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que no Brasil será "dual", dividido em:

• ​CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): O imposto federal (unindo PIS e Cofins).

• ​IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): O imposto estadual/municipal (unindo ICMS e ISS).

​A grande briga é: qual será a alíquota padrão (a soma dos dois)? O Ministério da Fazenda já estimou um valor (próximo de 27%), mas é o Congresso que bate o martelo final (Fonte: Valor Econômico). Esta votação define se o Brasil terá, de fato, um dos maiores IVAs do mundo.

​O "Imposto do Pecado" (Imposto Seletivo)

​A reforma também cria um imposto "punitivo" sobre produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente. A lista exata e as alíquotas estão sendo decididas agora.

​Isso vai encarecer (e muito) produtos como cigarros, bebidas alcoólicas e bebidas açucaradas (refrigerantes). A indústria de veículos (poluentes) também está na mira (Fonte: CNN Brasil).

​O Cashback e a Cesta Básica

​Aqui está a maior briga social. A reforma prevê um Cashback (devolução de imposto) para famílias de baixa renda, para que o IVA não pese tanto sobre os mais pobres.

​A votação desta semana define como isso será pago (ex: direto na conta de luz? No Bolsa Família?) e qual será o valor. Além disso, define o destino da Cesta Básáica: ela será 100% isenta de impostos ou terá apenas uma alíquota reduzida? A decisão impacta diretamente o preço do arroz e do feijão.

​E Quando Tudo Isso Começa a Mudar?

​Não aperte o botão de pânico. O seu imposto não vai mudar em 1º de janeiro de 2026.

​A Reforma Tributária tem um longo período de transição, que começa em 2026, mas só será totalmente implementada em 2033 (Fonte: Agência Senado).

​O que começa em 2026 é o "período de teste", com alíquotas mínimas do IVA (IBS e CBS) para que o sistema comece a rodar. A votação desta semana destrava esse cronograma.

​Entender o novo cenário tributário será vital para qualquer negócio ou planejamento financeiro pessoal nos próximos anos. Saiba mais sobre como se preparar para as mudanças.

​Conclusão

​A votação da Reforma Tributária, que parecia ter acabado em 2023, na verdade, tem seu capítulo decisivo esta semana. A aprovação das leis complementares é o apito inicial para a maior mudança nos impostos brasileiros em 50 anos.

​O que sair do Congresso nos próximos dias definirá o preço do cafezinho, do carro novo e do seu serviço de streaming na próxima década.

​Se você quer se adiantar e entender o impacto real dessas mudanças nas suas finanças, comece hoje a estudar o novo sistema.