Reta Final no Congresso: PL da Anistia, Orçamento e as "Pautas Bomba" de Fim de Ano

O feriado passou e Brasília entra em modo de emergência. Entenda o "esforço concentrado" do Congresso para votar o Orçamento 2026, a Anistia e as leis tributárias antes do recesso.

Robson Monteiro

11/20/20253 min ler

O "Último Suspiro" Antes do Ano Eleitoral

O feriado da Consciência Negra (20) marcou a última pausa antes da arrancada final em Brasília. A partir da próxima segunda-feira, o Congresso Nacional entra no famoso regime de "esforço concentrado".

O clima nos bastidores é de urgência máxima. O motivo? 2026 é ano de eleição geral (Presidente, Governadores, Congresso).

A regra não escrita da política brasileira é clara: pautas complexas, impopulares ou polêmicas precisam ser votadas em 2025. Em ano de urna, o Congresso costuma "parar" e evitar temas espinhosos. Por isso, as próximas três semanas definirão o futuro do país.

A imprensa política (Poder360, Estadão, G1) já desenha o mapa da mina. Veja o que está na mesa de Arthur Lira (Câmara) e Rodrigo Pacheco (Senado).

1. O Elefante na Sala: PL da Anistia (8 de Janeiro)

É o tema mais inflamável do momento. O Projeto de Lei que propõe anistiar os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 continua sendo a principal moeda de troca da oposição.

Embora a criação de uma Comissão Especial tenha atrasado o trâmite (uma manobra regimental comum), a pressão da ala conservadora é imensa para pautar o tema antes do recesso.

  • O Cenário: O governo trabalha para impedir a votação, considerando-a inconstitucional. A oposição condiciona seu apoio a outras pautas econômicas à aprovação da anistia. É um jogo de xadrez tenso que pode travar o plenário a qualquer momento.

2. A Obrigação: Orçamento 2026 (LDO e LOA)

Se a Anistia é política, o Orçamento é sobrevivência. O Congresso não pode entrar em recesso (oficialmente) sem votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026.

  • O que está em jogo: O governo precisa aprovar as contas para garantir o pagamento do Bolsa Família, o novo salário mínimo e os investimentos do PAC no ano eleitoral.

  • O entrave: As emendas parlamentares. O "Centrão" sempre usa a reta final para garantir a liberação de verbas para suas bases antes de aprovar o texto final.

3. A Economia Real: Regulamentação da Reforma Tributária

Como discutimos anteriormente, a Reforma Tributária foi aprovada na teoria (a PEC), mas falta a prática (as Leis Complementares).

O mercado financeiro e o setor produtivo pressionam o Senado para concluir a votação das regras do IVA (IBS/CBS) ainda em 2025. Deixar isso para 2026 gera insegurança jurídica e pode atrasar a implementação do novo sistema, que deve começar a rodar (em fase de teste) justamente no ano que vem.

4. As "Pautas Bomba" contra o STF

Em meio a tudo isso, correm por fora as PECs que limitam os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF), como a que limita decisões monocráticas (individuais) de ministros.

Essas pautas são frequentemente usadas pelo Legislativo como forma de "dar um recado" ao Judiciário. Em semanas de tensão entre os poderes, elas podem surgir na pauta do dia de surpresa, alterando todo o clima político.

Entender como essas decisões afetam seu dia a dia é vital. Se você quer ir além das manchetes e compreender o jogo de poder, saiba mais sobre como funciona o processo legislativo.

Conclusão: Semanas de Insônia em Brasília

Não espere calmaria. O período entre o fim de novembro e o Natal será de negociações varando a madrugada.

Para o governo, o objetivo é garantir o dinheiro (Orçamento) e a regra fiscal (Tributária). Para a oposição, é marcar posição ideológica (Anistia) antes da campanha de 2026 começar.

Fique ligado no noticiário, pois as decisões tomadas agora terão validade longa.

Se você quer entender como essas mudanças econômicas impactam seus investimentos para o próximo ano, comece hoje a planejar sua carteira para 2026.